Caso não tem relação com processo que pede a suspeição de Sergio
Moro
Reynaldo
Turollo Jr.
BRASÍLIA
O ministro do STF Edson Fachin negou pedido
de liminar para soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anular seus processos
da Lava Jato com base na alegação de suspeição dos
procuradores.
Com a negativa, a defesa do petista pode
recorrer à Segunda Turma. A decisão é desta quinta (29).
O pedido de habeas corpus foi formulado no
início deste mês e menciona as
mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
Os advogados de Lula requereram que as
mensagens, que estão no STF
depois de terem sido apreendidas pela Polícia Federal com um suspeito de
hackeamento, fossem compartilhadas com esse processo.
Esse pedido também foi negado.
Também tramita
na corte o pedido
de suspeição do ex-juiz Sergio Moro, responsável pela
condenação de Lula no caso do tríplex de Guarujá (SP). O petista foi condenado
por corrupção e lavagem de dinheiro e teve pena reduzida para oito anos e
dez meses pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele está preso desde abril
de 2018.
O julgamento do caso, que menciona as
mensagens vazadas, foi interrompido em junho. A sessão deve ser retomada neste
segundo semestre.
Na
quarta (28), Fachin determinou que uma ação penal que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) responde em Curitiba, sob acusação de receber da
Odebrecht um terreno para o Instituto Lula, volte para a fase das alegações
finais.
A decisão teve como base o entendimento
firmado na terça (27), pela Segunda Turma do STF, de que os réus delatores
devem apresentar primeiro suas alegações finais, para, depois, os réus delatados
se manifestarem.
Com a determinação de Fachin, o processo sobre o Instituto Lula, que estava
pronto para ser sentenciado, deve levar mais tempo. As alegações finais são a
última etapa de uma ação penal antes da sentença que pode absolver ou condenar
os réus. É a última oportunidade para as partes apresentarem seus argumentos.
A defesa também pleiteou a
aplicação do entendimento da Segunda Turma para anular a condenação de Lula
na ação penal do sítio de Atibaia (SP). Ainda não há decisão
sobre esse pedido.
O tema das alegações
finais será discutido no plenário do Supremo. Ainda não
há data para o julgamento, mas o resultado pode
afetar a condenação em primeira instância pelo caso do sítio.